segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Síndrome do Fazedor de tese


Sempre acompanhei de perto, nesses anos de magistério e formação universitária o sofirmento e as penúrias de muitas pessoas em época "fazimento" dos trabalhos acadêmicos: TCC, dissertações, teses, etc. Eu mesma tendo passado pelas duas primeiras etapas e hoje terminando o doutorado me encontro novamente nesta situação.
As dores e dificuldades do período são tão generalizadas que podiamos criar, sem pensar em comprometimentos maiores com a generalização, um quadro característico das pessoas que passam por este martírio:O quadro da síndrome do fazedor de tese!

1- Sofrem todos irremediavelmente de um transtorno de bipolaridade: Ou 'só pensam naquilo' ou figem que não estão nem aí. A recorrência destes quadros se dá em períodos alternados.
2- São acometidos de surtos de comportamentos histéricos: muito riso, muito choro...
3- Desenvolvem tendência a compulsão: roer unhas, arrancar cabelos,picar papel, falar repetidamente a mesma coisa, etc
4- Sofrem de solidão e abandono familiar: afastamento voluntário do mundo social.
5- Desenvolvem a Síndrome do tempo perdido: todas tem a nítida e real impressão que não vão conseguir terminar dentro dos prazos estipulados!!!!

O engraçado é que a própria academia é a incentivadora deste quadro de síndrome do fazedor de tese. Parece haver no sofrimento um processo de glorificação para o conhecimento, sem sofrimento não há saber. Me pergunto se os sádicos do ofício acadêmico se deliciam com os milhares de aspirantes ao mundo acadêmico, como o capitão Nascimento e seus colegas oficiais do BOPE se deliciavam com as argúrias sofridas pelos aspirantes à tropa de elite?

Enfim, como sou uma sonhadora. Sonho com uma academia melhor, menos reprodutora dos modelos sociais de hierarquização,menos vertical e mais horizontal no processo de construção do saber!!!!

3 comentários:

  1. A.D.O.R.O. como adoro te "ouvir"... e concordo contigo na questão absurda que ainda permeia não só o mundo acadêmico mas muitos "outros" - qto maior o sofrimento maior o valor.
    Como a valorização do difícil, do sofrível, leva as pessoas a se "acabarem", para mostrar e sentir que valem alguma coisa.Eu acredito em outras possibilidades, acredito no simples e no fácil tão intenso e válido qtoovelho modelo... bjinhoooo

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  2. Eu tb. querida acredito que o prazer rende muito mais do que o sofrimento... Sem fazer nenhuma apologia ao hedonismo com isso.
    bjs.

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  3. Eu sou uma pobre mortal que resolveu estudar por puro gosto aos 5.0, juro que não entendo tanto sofrimento, a tese não deveria ser uma coisa prazeirosa, que as pessoas fazem para complementar um saber especifico??
    vejo minha filha fazendo tcc, e tambem no maior sufuco, fico até com medo disso tudo, ainda bem que não vai dar tempo de inventar de defender tese nenhuma, nesta encarnação. bjinhos naturais, muito floral e oleo essenciaal no ar......

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