quinta-feira, 10 de novembro de 2011

TUDO É VERDADE

“Não há uma única coisa que não seja verdade. Tudo é verdade”.
(Hemingway)

Deveria estar escrevendo a tese. Verbo conjugado no tempo correto. Mas a cabeça tem outras necessidades, ou é o coração?
Cabeça de escritor é um lugar admirável! É plena e muito movimentada. Gostaria de poder escrever com precisão e detalhes todas as coisas que habitam minha cabeça. Não consigo escrever nem um quinto delas.
Agora estou lendo um livro ficcional sobre a vida de Hemingway. Ganhei o livro. Nunca o teria comprado. Acho pretensioso escrever ficção sobre fatos verídicos. Estou surpresa, estou gostando!
Tenho uma estranha teoria sobre a literatura. Não espero que todos compartilhem da mesma opinião. A literatura deve subverter a realidade. Minha alma é subversiva, a literatura é subversiva, os pensamentos são subversivos! Bom, poderiam ser.
O que gosto no livro é a possibilidade de escrever sobre a vida, real ou imaginária, a partir da inspiração de uma pessoa. Porque escrever é imaginar. O real é uma grande construção imaginativa, são fragmentos das idéias, das emoções, da ambição dos escritores.
Deve ser por isso que escrever a tese é tão difícil, enfadonho às vezes. Porque a ciência se pressupõe edificadora da verdade. Da verdade verdadeira, se é que existe uma. Mas ela não é. É fruto da imaginação, das idéias, emoções e ambições dos cientistas. Ela é uma ficção arrogante porque se pretende colada ao real.
E a moral da história? Vou incluir na minha biblioteca livros que sejam interpretações pessoais de fatos reais. Afinal de contas quais livros não o são? Os científicos? Os relatos jornalísticos? Como disse Hemingway: Tudo é verdade. Não há uma única coisa que não seja verdade.

SP, Nov. 2011.

PS: O Nome do livro é Casados com Paris de Paula Mclain.

sábado, 4 de junho de 2011

Uma coisa de cada vez!

Primeiro o início: A incerteza, o medo, o desafio. Início é sempre bom, vem acompanhado de frio na barriga. O primeiro beijo, um olhar furtado, tímido por ter sido descoberto, o primeiro filho, a primeira vez....

Depois as descobertas: Carregadas de ansiedade e novidadades. Começando a andar, a falar, aprendendo a amar, a adolescência! A juventude...

Aos poucos a maturidade: Tempo de sobra e poucas expectativas: os anos de casamento, o emprego duradouro, os amigos de infância, o fim dos anos loucos!

Em fim a serenidade: Os olhos experientes de quem olha pra vida sabendo enxergar com precisão o que procura. A velhice, os avós, os mestres, o passeio despreocupado no calçadão!

No fim: O tempo. O

retorno dos anos, da vida, dos amores, dos sonhos!!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sucinto, o inverso da tese!

A palavra sucinto pelos “pais dos burros" significa: que consta de poucas palavras; breve; resumido; Escrever uma tese é exercitar o revés do sucinto.
Escrever tese é a arte de prolongar breves idéias. Estender, detalhar é a chave para o sucesso! Nada é obvio e pode ser dito com poucas palavras.
A lição que fica, do trabalho penoso da escrita acadêmica, é preservar a arte do menos, do pouco.
Quando acabar, vou passar a economizar palavras, sentimentos, gestos, espaços, tempo...
Só não vou economizar em uma coisa: no amor!

sábado, 9 de abril de 2011

A VOLTA PRA CASA.

Caminho longo, terra dura, viajem curta, passos largos.

- Vai onde?
- Pra casa
- Mora longe?
- Só uns passos...

Sol poente. Cascalho firme sobre a sola dos pés, faz doer os pés cansados...

- Tarde!
- Tarde!
- Vai com Deus!
- O Senhor fique com ele!

Crepúsculo, candeeiro aceso, cheiro de carne na panela.

- Noite!
- Noite!
- Benção!
- Deus abençoe!

Arrasta cadeira de balanço, pega o cachimbo e pita o fumo!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Queria ser grande....

Ando me sentido pequena, não no sentido de menor, no sentido de ser criança e de experimentar sensações típicas da fase: medo, insegurança, desconforto, ansiedade.
Queria alguém pra segurar minha mão e dizer:- Olha! se não der certo tudo bem, eu estou aqui com você!
A vida esta tragetória engenhosa nos distancia da infância a passos largos e rápidos.Queria a segurança do lar dos pais, aquele que lhe pertence, mas você não é responsável por ele, queria o cheiro gostoso do leite morno pela manhã preparado com tanto carinho pelo meu bisavô, seu Antônio. Queria o som do rádio e a voz do Zé Beto gritando: ACOORRDAAAA! E minha tia me trocando para eu não me atrasar... Não fui criada pelos meus pais até os 6 anos , morei com os bisavós e uma tia avó. Só depois pude morar regularmente com eles, velhos tempos, muitas dificuldades!
Hoje a mão que me socorre nas horas e angústia são a do meu filho e marido. São mãos minhas,amigas, mas não são mãos dos pais...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

OBRIGADA TURMA DE NATUROLOGIA 2010/2

Engraçado, não sei como começar esta postagem. Deveria estar mais fácil depois de alguns anos no magistério agradecer as homenagens e alegrias que os alunos vem me dando ao longo dos anos, mas não, é tão difícil como da primeira vez... Os olhos ficam rasos d’água, a garganta aperta-se num nó, as lagrimas descem e as palavras desaparecem, menos uma: amor.
Nestes meus anos de magistérios descobri que o amor é a chave para tudo. Se você ama o que faz, se você ama o que ensina, se ama aqueles a quem ensina, o trabalho se torna prazer e o prazer gera envolvimento, comprometimento e conhecimento.
Encontrei isto na Naturologia, encontrei amor e com ele um prazer muito grande em ensinar, sem medo de me comprometer, de me envolver.
Maturama nos ensina que o amor é a emoção que domina nossas relações com o outro, transformando este outro num ser legítimo para a nossa convivência.
A vocês alunos da turma 2010/2 de Naturologia deixo este apelo, o do amor: amem o que vocês vão fazer, não tenham medo de se comprometer e de se envolver. O mundo precisa de mais envolvimento e comprometimento.

OBRIGADA!!!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sol, praia e água de côco


Ah as férias! Ficamos,(pelo menos eu fico) sonhando com ela o ano inteiro, idealizando lugares, momentos, paisagens... Quando ela chega enfim as expectativas frustram-se na medida em que as idealizações vão dando lugar aos acontecimentos reais!
Viagem de carro, depois dos primeiros 500 km nos perguntamos por que mesmo que resolvemos ir de carro? Sim, a comodidade de se deslocar no destino escolhido.
Praias nordestinas em Dezembro e Janeiro: o paraíso! São sempre muito ensolaradas e igualmente abarrotadas de gente, tanta gente que me pergunto se São Paulo não estaria mais vazia nesta época do ano e mais propícia ao descanso tão sonhado!
E as comidas exóticas? Hum!! São tantas iguarias e maravilhas apetitosas que nos atiramos à gula, como um viciado no seu vício! As conseqüências? Além dos quilos extras? Diarréias, intoxicações, gastrites, visitas inesperadas ao pronto socorro, etc. E quando se tem criança,como no meu caso? Bom, aí você passa as férias conhecendo médicos de outros estados e pesquisando farmácias de plantão!!
Mas há sempre a força inspiradora destas viagens:as novidades (estas sempre uma certeza!), o descanso (se é que é possível), a aventura, a quebra da rotina! Elas nos empurram para a superação imediata dos problemas é praticamente uma brincadeira do contente da Polyana, só que neste caso o foco é não perder as tão desejadas e programadas férias!
E no ano seguinte, depois de superadas todas as mazelas da viagem e de concluído o álbum do passeio, nos pegamos planejando e sonhando com as próximas férias....